Ensino e inclusão em foco
O campus Duque de Caxias realizou, no dia 08 de março, um encontro intitulado “Ensino e Visão em Foco”, com a presença da convidada Garrolici Alvarenga, mestre em Educação Inclusiva pela UFF, e do revisor de texto em braile Vanderson Amaral, servidor do IFRJ que possui deficiência visual.
O objetivo do evento foi informar e preparar o público-alvo, composto por alunos e professores, a respeito das deficiências visuais. Vale destacar que, de acordo com a Lei 13.409 de 2016, pessoas com deficiência têm direito à inclusão nas instituições federais por meio de cotas.
Para a professora Garrolici, a maior barreira que a educação inclusiva enfrenta hoje são as atitudes. Ela conta que já existem recursos tecnológicos, leis e pessoas especializadas, mas que a sociedade ainda possui uma cultura exclusiva. “Esses encontros são importantíssimos porque os alunos estão chegando nessas instituições federais e só com a convivência aprendemos a enfrentar as barreiras. Cultura inclusiva é a palavra-chave!”, destacou.
Em sua palestra, Garrolici explicou os diversos tipos de deficiências visuais, apresentou diferentes softwares para computador e dispositivos portáteis que facilitam a leitura para pessoas com baixa visão, e realizou uma dinâmica com os servidores.
Em seu depoimento, o servidor Vanderson contou sobre seu processo de aprendizado e as dificuldades que passou nas instituições de ensino por causa de sua deficiência. Para ele, a maior delas foi a falta de livros didáticos para cegos. “Acessibilidade e inclusão são um exercício diário. Acho fundamental fazermos uma política maçante sobre isso. Precisamos mostrar aos professores, servidores e técnicos bons exemplos de inclusão para que esse preconceito diminua”, enfatizou.
A aluna do curso técnico em Química, Rafaela Rocha, de 18 anos, possui baixa visão e participou de todo o encontro. Ela recebeu o diagnóstico após ter iniciado seus estudos no IFRJ, o que desencadeou uma série de cuidados dos professores e colegas de turma com ela. “Acho muito importante essa parte de conscientização das pessoas para oferecerem um suporte para nós, que temos alguma deficiência, não precisarmos desistir dos estudos”, concluiu.