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Política e educação bilíngue são temas de palestras

Ulrich, Debora e Carlos posando para foto

Ulrich Palhares, Débora Oliveira e Carlos Hilton

No Brasil, setembro é dedicado a comemorar as conquistas e lutas do movimento surdo. Intitulado “Setembro Azul”, o mês conta com duas datas marcantes: 26 desetembro, dia nacional do surdo; e 30 de setembro, dia internacional do surdo e do profissional tradutor e intérprete de LIBRAS. Nesse contexto, o campus Niterói abriu espaço para falar da inclusão bilíngue do surdo, sua educação e das conquistas da comunidade surda nos últimos anos, em uma sequência de palestras, realizadas no dia 27 de setembro de 2017.

Carlos Hilton, professor e intérprete de LIBRAS do campus Niterói, organizou o evento como forma de fomentar e colaborar na construção de medidas pedagógicas sobre o assunto. Segundo o servidor, ainda existe um desconhecimento grande em torno da inclusão bilíngue do surdo. Carlos ressaltou ainda a necessidade do espaço para ouvir o que o surdo tem a dizer: “A sociedade, majoritariamente ouvinte, ainda traz a concepção histórica de que o surdo é um mudo. Quando perguntamos qual educação a comunidade surda deseja, ela vai responder de acordo com suas necessidades, pois só os surdos podem responder com propriedade”, acrescentou Carlos.

Ulrich Palhares é professor surdo de LIBRAS com certificado no Programa Nacional para a Certificação de Proficiência no Uso e Ensino da Língua Brasileira de Sinais do Ministério da Educação (ProLIBRAS/MEC) e militante político. Ele representou a Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (FENEIS) no evento e destacou a importância da cultura e identidade surda. Em sua fala, ressaltou a necessidade do ensino da língua visual e da avaliação do aluno surdo de acordo com sua língua nativa, a LIBRAS.


Tradução Simultânea

Segundo ele a língua falada não pode substituir a língua de sinais. A avaliação em português para o surdo tem que ser ofertada em LIBRAS. Completou: “Como uma pessoa que não ouve nada vai conseguir ser bem instrumentalizada na língua portuguesa sem um planejamento metodológico? Essas questões de linguagem e cognição devem ser pensadas. As formas como o sujeito age e se reconhece no mundo precisam ser levadas em conta”, concluiu o professor.

Shirlei Carreiro, professora de LIBRAS pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME), deu enfoque às questões do ensino. A palestrante, que tem um vasto trabalho com crianças, enfatizou a importância do instrutor surdo dentro da sala de aula, com destaque para os primeiros anos de formação, quando é trabalhada a cognição do aluno.

O evento foi traduzido e interpretado em versão voz pelos servidores Carlos Hilton, do campus Niterói e Débora Oliveira, do campus Mesquita. Carlos reconhece o papel de fomentador da cultura surda que os intérpretes têm no IFRJ e a importância de pautar essas discussões no campus Niterói desde o começo. “Nós queremos que o campus esteja realmente preparado, não só pela presença de um intérprete, mas também, na parte estrutural e na formação dos docentes na metodologia aplicativa bilíngue, para que esse aluno ingresse tendo edital em Língua de Sinais e para que ele permaneça no campus. Precisamos nos preparar para que o aluno esteja à vontade”, falou o servidor.

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