IFRJ discute desafios e perspectivas das Universidades e Institutos Federais na ALERJ
O IFRJ marcou presença hoje, 14, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde foi realizada a audiência pública 'Universidades e Institutos Federais: Desafios e Perspectivas', promovendo o encontro de diversas entidades do ensino público no Estado. Representantes do movimento estudantil também estiveram no plenário.
O deputado Waldeck Carneck Carneiro conduziu os trabalhos e disse que este é um momento particularmente grave para a Educação como um todo, e que os parlamentares não podem fugir à responsabilidade de enfrentar o corte no orçamento das instituições, anunciado pelo Ministério da Educação. “Precisamos envidar esforços objetivos para a criação de uma frente parlamentar mista. Precisamos estar ao lado de todas as instituições federais, estaduais, o colégio Pedro II, e, principalmente, de todos os estudantes que serão afetados com o atual bloqueio”.
O IFRJ tem na figura de seu reitor, o professor Rafael Almada, um representante direto do quanto o ensino público pode abrir caminhos para a construção de sonhos. Ele, que foi aluno, professor e agora é reitor, fez de sua fala um protesto contra a atual conjuntura. “Quando se diz que vai haver cortes, parece, a quem não conhece a realidade da educação, que estamos falando apenas de verbas. Ledo engano, estamos falando do corte que mais doi, que é você retirar a possibilidade de um jovem sonhar e de poder através do ensino, da formação cidadã, transformar sua vida, a de sua família e, por conseguinte, da sociedade, é disso que estamos falando aqui, hoje”.
No plenário da ALERJ destaque para a presença dos diretores dos campi do IFRJ, pró-reitores e outros servidores que, mobilizados e sensibilizados, atestaram sua disposição em se posicionar e promover a informação do que é produzido em cada unidade da instituição, das entregas nas áreas de pesquisa e inovação.
Rafael Almada disse que, diante do que está exposto, é necessário que haja um contraditório, é necessária uma discussão mais ampla, envolvendo a classe política. “Temos hoje, aqui, um fato histórico, que me deixa imensamente feliz, que é a união de todas as universidades, os institutos e demais entidades representantes da Educação. E não estamos aqui para defender pessoas, estamos aqui para defender a Educação”.
Sobre os cortes, que no caso do IFRJ, atingem a instituição desde 2015, o reitor foi enfático. “Para que vocês tenham uma idéia da situação absurda, em 2014, quando tínhamos 10 campi, nosso orçamento era de 78milhões. Hoje, temos 15 campi, e o orçamento é 42 milhões”.
O reitor do IFF, Jefferson Manhães, chamou a atenção para um despertar da juventude, pois em muitos estados existe uma mobilização em andamento. “É uma reação espontânea, que deve crescer bastante, se o atual quadro continuar. São jovens que sabem o que querem, que reconhecem o valor das instituições e que são protagonistas no atual cenário. Esta é a hora de darmos um SIM ao Brasil, à Educação e ao futuro”.
Roberto Leher, reitor da UFRJ, lembrou que a audiência pública do Rio faz parte de algo maior, porque outras assembléias legislativas também estão se manifestando. “O atual bloqueio é algo que jamais foi visto na história deste país, algo em torno de 40% do recebimento do custeio. A discussão, portanto, é dentro de um cenário grave, pois, ao que parece,querem interditar o futuro”. Leher foi acompanhado pela percepção de Ricardo Berbara, reitor da UFRRJ. “O desmonte é flagrante e absurdo, e este ataque é feito de forma vil. A única coisa que me conforta é que temos a ‘convicção da história’ ao nosso lado. Um posicionamento que é favor da cultura, da liberdade, da paz e da vida. A história está do nosso lado”.
Rafael Almada também fez questão de frisar que o IFRJ é importante para a economia do Estado, o desenvolvimento das cidades que possuem um campus. “Como pensar Mesquita sem o seu Centro de Ciência Interativa? ou Paulo de Frontin, sem a incubadora de empresas? Quando chegamos a uma cidade, chegamos para transformar a vida do estudante, com nossa formação cidadã, para aquecer a economia da região, para dar oportunidades”, finalizou.