Início das atividades no Complexo do Alemão

Assinatura de Acordo de Cooperação Técnica entre IFRJ e SMCT possibilita a oferta de cursos provisoriamente na Nave do Conhecimento
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro e a Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro realizaram, nesta quinta-feira, 13/03, a assinatura do acordo de cooperação técnica para implantação da Sede Provisória do Campus Complexo do Alemão do IFRJ. As aulas do Instituto começarão a ser ofertadas na Nave do Conhecimento Nova Brasília, a partir de abril, com cursos de formação inicial e continuada (FIC) de Assistente Administrativo e Organizador de Eventos. Os cursos serão realizados na Nave, enquanto a construção do campus definitivo não é concluída.
O Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) é uma instituição de ensino que oferece educação pública, gratuita e de qualidade por meio de Cursos Técnicos, de Graduação, de Pós-Graduação, Formação Inicial e Continuada e de Extensão.
“A gente tem a clareza que escola se faz não é com prédio físico, não é com a quadra, não é com computador. Ele se faz com aluno e professor. Isso faz uma escola, porque permite a troca necessária que a gente tanto precisa. O início deste campus se dá a partir do momento que a gente faz ofertas de curso. O momento que a educação começa a fazer a transformação na vida dessas pessoas, de criar perspectivas a partir de um conhecimento, a partir de uma troca de experiência”, afirmou o reitor do IFRJ, Rafael Almada.
Ainda de acordo com o reitor, a obra já está acontecendo no terreno concedido ao IFRJ, mas que condições adversas acabam causando imprevistos no andamento. “Obras públicas, você sabe quando começa, mas você tem diversos trâmites burocráticos, que são necessários e que ajudam a gente no processo de resolver essa construção, mas são vários efeitos adversos. Então, a obra está acontecendo, a gente tem um cronograma que estamos cumprindo. Mas às vezes você vai fazer a obra e descobre que precisa de uma fundação maior. Aí descobre que tem uma rocha. Algumas coisas que a gente já descobriu ali. Então, isso é um processo. Mas isso não nos impossibilita de iniciar esse processo de diálogo para dentro da comunidade”, assegurou.
Rafael ainda mencionou o programa “Partiu IF”, criado pelo Ministério da Educação para trazer cada vez mais a comunidade do entorno das unidades para estarem no instituto. “O Partiu IF vai ser um momento de preparo. Trazer uma instituição federal, com toda a mobilização que ela faz, faz as pessoas quererem estudar nela e acaba tendo muita concorrência no processo seletivo. E como você permite que essa população que tá aqui na comunidade, que faz parte do complexo, esteja nessa instituição? A gente faz esse preparo para que os candidatos se familiarizem com os conteúdos, como se fosse um pré-vestibular, mas para fazer a prova de acesso ao Instituto Federal”, explicou.
A secretária municipal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Tatiana Roque, destacou que sabe que as pessoas que moram na região têm urgência de começar a estudar imediatamente, porque isso pode ser definidor do futuro desses adolescentes. “Foi justamente por reconhecer essa urgência que a gente resolveu começar esses cursos agora, aqui na Nave do Conhecimento, porque a gente não pode esperar, e eu sei que tem muita juventude no Alemão, com muita vocação, com muito talento, que não podem esperar e por isso a gente quer começar esse curso agora. Então, eu fico até muito emocionada e contente que a gente possa já começar os cursos do IFRJ aqui na Nave do Conhecimento, que é um equipamento que a gente já tem, que já serve há tanto tempo para a democratização da ciência e da tecnologia. Mas, agora, a gente vai qualificar esse diploma. Porque não vai ser só um diploma da Nave, mas vai ser um diploma do IFRJ, essa instituição maravilhosa, e eu tenho certeza que, com esse diploma na mão, os jovens do complexo do Alemão vão ter mais oportunidades de emprego, de gerar renda e de ter um futuro, com as condições econômicas de que as pessoas precisam para ter dignidade, para ter um futuro. E é isso que a gente quer: abrir essa possibilidade, colocar dinheiro no bolso do carioca, porque esse é o primeiro passo para que as pessoas possam conquistar mais direitos e para que a democracia possa ser concretizada”, disse a secretária.
De acordo com Camila Moradia, representante da comunidade e fundadora do “Mulheres em Ação no Alemão”, o começo das atividades do IFRJ no Complexo do Alemão é o início da materialização de uma luta, de um sonho. “É só o começo da materialização de um sonho que a gente busca há tantos anos, desde 2014, 2015. E a gente acredita, sim, na educação como ferramenta de transformação, mas sobretudo como possibilidade de vida para quem vem depois de nós, para os nossos filhos, para os nossos netos. A gente acredita que a gente sobrevive nesse território, então esse instituto traz possibilidade de vida para criar cidadãos com consciência mais crítica, formar um cidadão de verdade”, finalizou.