A experiência exitosa do IFRJ no combate à Covid-19

Um dos grandes destaques da 45º REDITEC de 2021 foi a experiência exitosa "IFGel: Campanha de produção e doação de álcool 70% do IFRJ Campus Rio de Janeiro", exibida no evento no dia 1 de dezembro.

Trata-se do reconhecimento de um trabalho que tem como protagonistas os professores do Campus Rio de Janeiro Eduardo Coelho Cerqueira, Alessandra Licursi Maia C. Cunha, Simone Alves e Harley Moraes Martins; e os alunos do Curso Superior em Tecnologia de Processos Químicos, Douglas de Carvalho Galhardo e Reinaldo de Medeiros.

Se hoje em dia os índices de contaminação na cidade do Rio e em todo o Estado são considerados baixos, a situação em 2020, no início da disseminação da pandemia, com mais dúvidas do que certezas sobre o que deveria ser feito para reduzir o contágio, era preocupante.  

Simone Alves, professora do Campus RJ e integrante do Grupo de Pesquisa Multidisciplinar em Tecnologia e Ciência, lembra que em 15 de março de 2020, poucos dias após a suspensão das atividades presenciais no Instituto, um grupo de alunos do curso de Processos Químicos procurou alguns professores do Campus RJ com a proposta de criação de uma força tarefa para produção e distribuição, à preço de custo ou subsidiado pela instituição, de álcool gel à comunidade interna e do entorno, inspirados por uma iniciativa de uma escola técnica estadual no Ceará e sugestão do reitor Rafael Almada nas suas redes sociais. “A ideia era buscar uma forma de contribuirmos como profissionais da química, amenizando o problema da falta do produto e preços abusivos”, diz Simone.

O professor Eduardo Cerqueira diz que a mobilização dos alunos foi decisiva. Em especial os estudantes do curso de Processos Químicos Douglas Galhardo e Reinaldo de Medeiros, que organizaram os grupos de trabalho. Eu fui chamado para participar da iniciativa e me tornei coordenador da campanha junto do professor Harley Martins. A campanha no campus foi chamada de IFGel e se juntou à iniciativa institucional do IFRJ (IFRJContraCOVID19), recebendo bolsa para compra de insumos”, explica.

O aluno Reinaldo de Medeiros, que está agora no 7º período, guarda detalhes desses primeiros passos. “Tive a ideia a partir de um post no Facebook em que mostrava a ETE do Ceará produzindo álcool em gel. Então mandei uma mensagem no grupo de whatsapp dos alunos do curso de Processos Químicos. No dia seguinte, já tinha mais de 50 pessoas particpando, entre alunos e professores”.

A produção começou em 27 de março, um trabalho feito a muitas mãos voluntárias. Em meio às doações, os estudantes participaram na divulgação do projeto nas redes sociais e na formação de parcerias. Em 2021 um novo edital para realização da campanha foi aberto pelo IFRJ, sendo as doações restabelecidas de abril a junho. Em outubro foi realizada mais uma fase de produção com o objetivo de doar um frasco de álcool gel para cada estudante e servidor que estivesse retornando para a Fase 1 do plano de retorno presencial no campus, que se iniciou em novembro. Também foi produzido um frasco de álcool gel e um frasco spray de álcool líquido para cada ambiente em uso do campus. Uma nova produção será feita para a Fase 2 do retorno presencial no campus.

Até o momento, já foram produzidos no campus 10240 litros de álcool 70% nas formas não glicerinada para superfícies, glicerinada para mãos e gel. E 108 instituições (projetos sociais, associações de moradores, hospitais etc) foram beneficiadas.

Numa avaliação dos resultados obtidos, Eduardo Cerqueira destaca a união e o trabalho realizado por todos os envolvidos. “Conseguimos nos adaptar logo no início do isolamento social devido à pandemia, iniciando a produção apenas 12 dias após o lockdown. Acabamos nos tornando o campus com a maior produção do instituto, ultrapassando a marca de 10 mil litros doados. Pudemos atender demandas do campus e da população, prevenindo a contaminação pelo coronavírus de uma quantidade incontável de pessoas, especialmente as mais carentes. Com certeza foi um exemplo incrível de dedicação, solidariedade e trabalho coletivo dos servidores e alunos do IFRJ, não só no campus Rio de Janeiro, mas de todos os que participaram da produção de álcool 70% e protetores faciais”. E Reinaldo de Medeiros complementa. “Esse projeto deu mais  visibilidade para o IFRJ e estreitou relações com empresas com AmbEv, BR Distribuidora, Ipiranga, BASF, Aché entre outras”.