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I Feira de Troca de Mudas e Sementes

O Campus São Gonçalo do IFRJ sediou, no dia 17/11, a “1ª Feira de Troca de Mudas e Sementes”, organizada pelo projeto de extensão Química Amiga do Meio Ambiente (QUIAMA), em parceria com o Coletivo Mulheres da Parada.

Segundo a professora do campus Carmelita Gomes Silva, coordenadora do projeto QUIAMA, organizar um banco de sementes sempre foi um dos objetivos do projeto. “Sua construção ao longo dos anos se deu de maneira fluida e dinâmica, pois é uma feliz prática da Agroecologia a troca de sementes crioulas, que são passadas de geração em geração pelos nossos ancestrais, povos indígenas e quilombolas. Essa feliz prática de preservação da biodiversidade dos ecossistemas dá autonomia ao agricultor, além de garantir comida e medicina natural saudável”, afirmou.

A feira de troca de mudas e sementes aconteceu promovendo a interação entre os alunos e os visitantes. Houve ainda o lançamento da I Mostra de Sementes, elaborada pelos alunos. "Por sinal, ficou linda! Ganhamos muitas mudas e sementes e também doamos bastante, ou melhor, trocamos. Ao meu ver uma das melhores práticas da agroecologia é a construção coletiva. A conexão e sintonia que ressoa em nossas atividades é sempre muito acolhedora e amorosa e sempre uma troca de aprendizado inestimável. E não foi diferente na nossa roda de conversa sobre sementes crioulas. Conseguimos nos conectar com nossa ancestralidade e sentir a importância de sermos guardiões de sementes”, destacou Carmelita.

Em novembro também foi construída uma espiral de ervas medicinais no território da agrofloresta do projeto Mulheres da Parada. “É outra atividade que gostamos e nos sensibilizamos muito ao realizá-la. Nos conectar com o solo, a natureza, com a rede de colaboradores e com nós mesmos. A espiral de ervas medicinais era uma demanda do Donas da Agro para que, em um futuro próximo, possamos retornar ao território e ofertar oficinas de preparo de tinturas e extratos com essas ervas plantadas e curso de cosméticos naturais para mulheres inscritas no Donas da Parada. Procuramos plantar com um olhar para a saúde da mulher", contou a professora.

Segundo Elis Assis, educadora social, agroflorestora e colaboradora do projeto QUIAMA, as Feiras Agroecológicas são veículos para o fortalecimento comunitário. “É através delas que conseguimos reunir e concentrar forças. Nesta primeira feira de trocas no IFRJ São Gonçalo foi incrível perceber o engajamento dos alunos do projeto. Saber que as novas gerações estão se informando e participando do importante trabalho de conservação de sementes crioulas e toda luta social que isto envolve foi, sem dúvida, o melhor deste encontro”. Elis completou, dizendo que descobrir um movimento agroecológico dentro das unidades públicas, sejam federais, estaduais ou municipais é ter a certeza de que a perseverança no trabalho de educação socioambiental está sendo acolhida pela comunidade e ampliando horizontes. “Nasci e me criei em São Gonçalo, e hoje sou grata por poder retribuir minhas origens, como uma boa ‘semente humana crioula’, contribuindo com o Projeto Quiama no IFRJ”, enfatizou.

Sobre a construção de espiral de ervas medicinais na agrofloresta do território do projeto Mulheres da Parada, Elis afirmou reconhecer o ser humano como uma espécie que nasceu para a coletividade. “Logo, compreendo o quão importante é estabelecer parcerias. E quando falamos de movimentos agroecológicos, essas parcerias estão além de trabalho, elas se tornam parcerias pra vida. Participar desta maravilhosa união do Projeto Quiama (IFRJ) e do Projeto Donas da Agro (Mulheres da Parada) está sendo muito gratificante. Este é um encontro que demonstra a extensão que o sistema educacional pode alcançar, além dos portőes de suas unidades, em comunhão com o desenvolvimento social promovido por outras iniciativas. Existe uma profundidade muito grande em um trabalho como este. São vidas sendo transformadas”, destacou.

Larissa Lopes de Oliveira, coordenadora do curso Agroecologia nas Favelas e do Donas da Agro, afirmou que a I Feira de Troca de Mudas e Sementes da IFRJ SG foi incrível. “Nós tivemos a oportunidade de conversar sobre sementes crioulas e compreender sua importância. Fizemos um belo resgate desses saberes ancestrais, contextualizando com o cenário ambiental que se encontra o Brasil e o mundo. A roda de conversa foi muito rica, o diálogo entre estudantes e movimentos sociais é fundamental para a luta agroecológica no município de São Gonçalo”.

A aluna Gabriella Mello, do 7° período do curso Técnico em Química, disse que o projeto Quiama lhe ensinou e vem lhe ensinando bastante. “Durante nossa visita ao Projeto Mulheres da Parada, pude aprender coisas inimagináveis sobre as plantas E o melhor: tudo ocorreu de maneira divertida e acolhedora. Além de nos receberem muito bem, ainda tiveram paciência e vontade de nos passar parte de seus conhecimentos. E nessa troca mútua de ensinamentos, pude não só aprender novas coisas, como tive a imensa honra de conhecer pessoas maravilhosas. No decorrer da visita, percebi que eu tinha uma ideia muito vaga sobre o assunto e lá tive a oportunidade de descobrir muito mais a fundo sobre o tema em questão”, contou.

Já Débora Ferreira de Oliveira, aluna do curso Agroecologia nas Favelas, disse acreditar que espaços de encontros e ação conjunta sempre fortalece a rede do bem, incentivam uma educação mais humanitária e contribuem para o crescimento deste grande movimento que promove a agroecologia. “Quero agradecer a oportunidade de participar desse curso. Para mim tem sido um aprendizado potente e a oportunidade de aprender com o compartilhamento de tantas experiências. Era a inspiração que faltava para agroflorestar com as crianças aqui na minha comunidade. Espero que esta rede cresça e se fortaleça”, desejou.

Colaboração: Maíra Carrera

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