IFRJ e Ibram firmam parceria para análise físico-químicas de bens culturais

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), através do Campus Paracambi, e o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) firmaram Acordo de Cooperação Técnica visando a análise físico-químicas de bens culturais sob a guarda dos museus Ibram. O extrato do Acordo de Cooperação Técnica foi publicado no Diário Oficial da União no dia 13 de julho de 2020.

A parceria tem como objetivo o promover o intercâmbio de conhecimentos técnicos, científicos e culturais, por meio de projetos de pesquisa que colaborem para a difusão da utilização de técnicas analíticas como a Espectroscopia Raman e de Infravermelho e a Fluorescência de Raios X, como ferramentas para o processo de conservação, preservação e restauração de bens culturais, o desenvolvimento de projetos de ensino, de eventos e publicações, além da criação de uma base de dados com os resultados alcançados e demais informações produzidas.

Segundo o professor Renato Pereira de Freitas, docente do campus Paracambi e proponente do projeto, os resultados das análises, que possibilitarem identificar os materiais utilizados na manufatura da pintura, serão compilados nessa base de dados. “A ideia é que em casos de indícios de falsificação ou furto de uma obra de arte, as análises dela serão comparadas com os dessa base que será construída, permitindo tirar conclusões mais direcionadas”, explicou.

A comprovação da autenticidade de itens, a partir das informações sobre procedência, origem, época de produção, dentre outros dados que compõem a catalogação dos bens musealizados e a possibilidade de uma melhor adequação dos procedimentos de conservação-restauração dos acervos estão entre as outras aplicações da pesquisa.

No Acordo, cabe ao IFRJ disponibilizar o laboratório móvel, corpo técnico qualificado e instrumentos para a realização de análises físico-químicas em bens culturais dos museus administrados pelo Ibram:  "É importante ressaltar que este será o primeiro laboratório do tipo na América e incluirá técnicas analíticas inéditas na América Latina", enfatizou Valter Felix, professor de química e integrante do projeto. Já ao Ibram, caberá a divulgação dos resultados de modo a incentivar que os demais museus brasileiros a participem de ações específicas do projeto de pesquisa de mapeamento de bens culturais, com vistas a criação do banco nacional de análise físico-químicas.

O diretor-geral do Campus Paracambi, Aldembar de Andrade Sarmento, destacou que o campus está sempre em busca de novas parcerias envolvendo setores culturais, educacionais e produtivos, do Brasil e do exterior, visando o fortalecimento institucional e valorizando a pesquisa e extensão. "Com a consolidação da parceria institucional entre o IFRJ e o Ibram, que é marco histórico na nossa instituição, poderemos contribuir ainda mais para a preservação do nosso patrimônio histórico nacional", afirmou.

As negociações para firmar o Acordo começaram em 2019: em março do ano passado o reitor do IFRJ, Rafael Almada, se reuniu com o presidente do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), Paulo César Brasil do Amaral, e com demais servidores da equipe do IBRAM.

Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD)

O IFRJ foi contemplado, no edital do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (CFDD), com o projeto “Criação de um laboratório móvel para realizar análises físico-químicas em obras de artes de museus brasileiros”, que tem como objetivo implementar um laboratório móvel multiusuários, para serem acessados por museus brasileiros.

Com informações do Ibram.