Dez anos de PET Conexões de Saberes em Produção Cultural

 “Uma vez petiano, sempre petiano”. Essa é uma das frases características dos integrantes do grupo do Programa de Educação Tutorial Conexões de Saberes (PET) em Produção Cultural, do Campus Nilópolis. A equipe, que completa uma década de história em dezembro, oferece minicursos, seminários e atividades que levantam diversos debates socioculturais no instituto, e ultrapassam os muros do IFRJ.

 Tendo como principais objetivos os de fortalecer a tríade ensino, pesquisa e extensão e enriquecer a formação dos estudantes, o PET Conexões de Saberes em Produção Cultural tem como tutora a professora do Bacharelado do curso, Fernanda Delvalhas Piccolo, que ocupa a função desde o início do Programa, em 2010.

 A docente comemorou os anos à frente do PET. “Fazer parte da história do PET diz respeito a minha própria história profissional dentro do IFRJ. O PET Conexões de Saberes, especificamente, acolhe jovens periféricos, negros, com vulnerabilidade social dentro das universidades. Isso faz com que eles tenham um auxílio, tanto financeiro, quanto de conhecimento, para que se tornem alunos de excelência”, compartilhou.

 Dentre os mais de 60 alunos que passaram pelo PET, durante os quase dez anos de existência no campus, está a aluna do Bacharelado em Produção Cultural, Luciana Vilela, que integrou o programa há cinco anos. A discente contou os benefícios acadêmicos que o PET proporcionou a ela. “Com essa experiência, passei a ter mais segurança e conhecimento prático para produzir outros projetos, depois que saí do programa. Além disso, o PET me permitiu conhecer um pouco do Brasil, por meio dos artigos que a gente apresentava nos congressos. Pude conhecer outras culturas e compartilhar a nossa”, afirmou.

 As memórias do PET no Campus Nilópolis também são compartilhadas com carinho pela professora do Ensino Médio Técnico do Campus Rio de Janeiro, Príscila Siqueira. A docente, que na época exercia o cargo de Diretora de Programas para o Desenvolvimento da Graduação, nos anos de 2011 e 2012, relembrou as superações que o grupo enfrentou. “Eu me recordo de uma situação muito bacana, em que eles solicitaram participação em um congresso e a gente conseguiu. Nós não tínhamos condições de pagar passagem aérea, mas conseguimos um ônibus para levá-los e o retorno dos alunos foi muito positivo”, comentou.

 A pedagoga do Campus Nilópolis, Elizabeth Augustinho, que acompanhou as atividades do PET nos anos de 2009 a 2018, ressaltou a importância do Programa. “O PET representa uma oportunidade educacional de complementação da formação dos estudantes, propiciando aos ‘petianos’ vivenciar experiências que vão além da formação profissional”, disse Elizabeth, que, na época, integrava a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação.

 Em concordância com Elizabeth, a também pedagoga Cássia Lisboa, que era integrante do Comitê Local de Acompanhamento e Avaliação (CLAA–PET/IFRJ), comentou sua participação no PET Conexões de Saberes. “Só tenho elogios a fazer. Eu realizava visitas frequentes ao campus e acompanhava de perto o empenho e dedicação da tutora e dos ‘petianos’. Sempre participativos, as contribuições ultrapassavam o aspecto individual, pois, além de o Programa acrescentar na formação acadêmica de cada integrante, contribuía, também, para o curso de uma forma geral”, disse.

 Atualmente, o grupo conta com 12 alunos bolsistas e três voluntários. E, com a pandemia provocada pela Covid-19, o PET também teve que reformular seu modo de atuação. Os ‘petianos’ passaram a desenvolver atividades on-line. Segundo Fernanda Piccolo, esse novo formato tem sido o maior desafio. “Esse ano foi nos colocado um novo desafio, que é o de continuar as nossas atividades de forma virtual. O IFRJ está com as aulas suspensas, mas o PET não parou. A gente continua fazendo nossas reuniões virtuais e atividades toda semana”, contou.

 Para a diretora de Graduação e Pós-graduação, Fabiana Almeida, o PET Conexões de Saberes possui relevância não só para o Bacharelado em Produção Cultural, mas para toda a comunidade acadêmica do Campus Nilópolis. “Ao longo desses quase dez anos de atuação, o PET/Nilópolis vem desempenhando um papel muito importante, já que traz à cena debates, discussões e atividades sobre temas extremamente relevantes, que não se restringem à cultura e não se limitam ao curso a que está vinculado; ao contrário, abrangem questões sociais e políticas que acabam envolvendo todo o campus”, concluiu.

Colaboração: Raissa Amaral