Campus Belford Roxo integra criação do Carnaval 2022
Alunas do campus elaboraram figurinos para GRESE Império da Tijuca
Em uma ação proveniente do Acordo de Cooperação Técnica existente entre o IFRJ e Grêmio Recreativo Escola de Samba Educativa (GRESE) Império da Tijuca, assinado em 2020, estudantes dos cursos de Artesanato e Moda do IFRJ Campus Belford Roxo fizeram a elaboração total de seis semi-destaques da segunda alegoria do desfile da Escola em 2022.
O professor André Monte, coordenador do projeto de Extensão e do Curso Técnico em Artesanato, destacou que a atuação em 2022 foi diferente da proposta em 2020. “Na edição referente ao carnaval de 2022, o carnavalesco da Império da Tijuca, Guilherme Estevão, nos apresentou uma proposta diferente da edição anterior, em que atuamos mais reproduzindo peças e adereços de alegoria. Para 2022, a proposta era a elaboração total de seis semi-destaques da segunda alegoria. Cada destaque representando um dos heróis revolucionários das lutas negras do país: Ganga Zumba, Zumbi dos Palmares, Dandara dos Palmares, Luiza Mahim, Manuel Congo e Mariana Crioula. Após a apresentação do enredo, o carnavalesco nos cedeu imagens do projeto da alegoria para que a partir disso eu e o professor Flávio Sabrá, junto das alunas, elaborássemos os trajes”, contou.
Foram selecionadas quatro alunas, sendo duas procedentes do Curso Técnico em Artesanato: Tatiani Roberta Maia Carneiro e Claudia Esteves do Nascimento Alves; e duas do Curso Técnico em Produção de Moda: Betania Braga da Silva e Lorenna do Nascimento Santana. A equipe elaborou um calendário de atividades que incluíam todas as etapas do projeto: Pesquisa histórica e imagética (com apoio da professora Heloísa Santos, representando o NEABI do Campus); colagem; desenho; seleção de materiais e reúso (os trajes e decoração dos tablados em que os personagens ficaram foram elaborados a partir de materiais de reúso, doações e elementos comprados pelos professores); ficha técnica; estamparia artesanal; costura; modelagem; criação de adereços; entre outras.
“Também fizemos, junto com as discentes, visitas técnicas ao barracão da agremiação para conhecer a alegoria, o local onde os foliões desfilariam etc. Para além dessas visitas, proporcionamos às discentes experiências de imersão em outras agremiações nas quais fazemos trabalhos de pesquisa como Grande Rio e Vila Isabel. Para que elas pudessem conhecer como a cadeia produtiva das escolas de samba do Rio de Janeiro é heterogênea, suas infraestruturas, técnicas e volumes de fantasias. Outra habilidade trabalhada em paralelo foi a argumentação, pois cada discente ficou responsável por explicar ao folião seu respectivo personagem, qual sua importância, como seria seu traje e afins”, explicou o professor André.
A aluna Tatiani Maia afirmou que participar do projeto foi uma experiência única e enriquecedora. “Não só em minhas atividades em meu ateliê, mas em meu processo de evolução cultural e criativo, além da convivência interpessoal que estava tão escassa em tempos atuais. Estar nos bastidores de um dos maiores espetáculos brasileiros e poder participar de todos os processos me deu a possibilidade de amadurecimento pessoal e profissional. Foi altamente recompensador. Sou muito grata pela oportunidade e já estou ansiosa para próximos projetos”, enfatizou.
O coordenador do projeto fez coro à estudante, ao afirmar que para ele, o primeiro ponto proporcionado pela experiência é de importância cultural. “Antes de toda a parte profissionalizante e econômica, o ponto fundamental é se saber agente ativo da elaboração do maior espetáculo da cultura popular nacional. Os relatos sempre são de muita alegria, autoestima e valorização de todos os envolvidos, sejam estes alunos ou professores. Além disso, os desfiles das escolas de samba são uma obra de arte total, de muitas linguagens e saberes: dança, canto, figurino, cenografia, etc. O que permite a inserção das estudantes em importantes processos destas áreas que geralmente são abordados em sala de aula. Porém em um espaço real, além muros”, ponderou André.
Julio Page, pró-reitor substituto de Extensão, contou que esse projeto foi, desde o início, pensado com muita alegria. “Uma parceria que se iniciou no carnaval 2020 e que precisou esperar dois anos para ter continuidade para o carnaval 2022, por conta da pandemia da Covid-19, que cancelou o Carnaval 2021 e adiou o Carnaval 2022. Pensar que um espaço tão rico, que é um barracão de Escola de Samba, se transforma em um ambiente de aprendizagem para nossos estudantes é incrível. O trabalho que os professores André Monte e Flávio Sabrá fazem com essas alunas é muito potente. Parabenizo imensamente os colegas, as nossas estudantes que protagonizam maravilhosamente esse processo e também ao Guilherme Estevão, um carnavalesco de um talento enorme. No que depender da Pró Reitoria de Extensão, trabalharemos para manter, ampliar e potencializar este tipo de parceria que promove uma interface direta entre o IFRJ e o arranjo produtivo, social e cultural do Rio de Janeiro”, finalizou.