Projeto Zika em Movimento em fase de testes
O Campus Realengo realizou ontem, 4 de maio, a primeira fase de testes do protótipo do Projeto Zika em Movimento, que busca oferecer autonomia e integração de crianças com deficiência.
Organizado pelas professoras Beatriz Carrapatoso, Eliza van Eyke, Cristiane Baez e Sylvia Aguiar, o projeto é inspirado no Programa Go Baby Go, da Universidade de Delaware, EUA, e tem como objetivo a adaptação de carros elétricos de brinquedo para crianças com deficiência.
O projeto de inovação está completando seu segundo ano. O primeiro foi dedicado ao estudo do programa, entender como a tecnologia seria empregada e buscar parcerias para a confecção do protótipo. Agora, o grupo do curso técnico de automação do IFRJ – Volta Redonda juntou-se ao projeto para realizar as adaptações necessárias no carrinho.
As crianças que participaram dos testes do protótipo apresentam como condição de saúde a Síndrome Congênita do Vírus Zika, oriundas de um projeto de pesquisa anterior: Estimulação Motora em bebês com Síndrome Congênita associada ao Vírus Zika, que ocorreu entre 2016 e 2018, aqui no campus Realengo.
Segundo a professora Eliza, o monitoramento dessas crianças mostrou que nenhuma delas estava inserida de forma participativa na sociedade. “Nenhum deles vai à escola, a não ser a Alice, não tem interação com outras crianças, não tem convivência. O objetivo é dar um pouco de alegria, torna-los até interessantes com seus carrinhos que andam sozinhos, é permitir que eles convivam mais com as outras crianças”.
Hoje com 6 anos, as crianças participaram dos primeiros testes do protótipo do projeto. Os alunos de Volta Redonda, acompanhados pelo professor Diego Albuquerque, visitaram o campus Realengo para identificar, junto com a equipe do projeto, os ajustes necessários para que o carrinho seja adequado às necessidades das crianças.
O protótipo conta com sensores, tanto no carrinho, quanto no capacete, para que a criança com mais mobilidade possa se locomover de forma autônoma por meio dos movimentos da cabeça. Além disso, o carrinho também é controlado por controle remoto, garantindo a segurança da criança pelos pais.
Hyan Ramos, aluno do curso técnico de Automação Industrial, está utilizando a elaboração do projeto como seu Trabalho de Conclusão de Curso. “A ideia é automatizar o carrinho e dar autonomia à criança, para que ela consiga guiar o carrinho somente com o movimento de rotação da cabeça, através dos sensores que colocamos no capacete e no carrinho”, diz o estudante.
Arthur foi o primeiro a testar o carrinho, acompanhado de sua mãe e irmão. Apesar das limitações motoras, a felicidade dele ao entrar no veículo foi visível e levou muitos presentes às lagrimas. “A gente está o tempo todo carregando, empurrando ele... Espero que com o carrinho ele consiga brincar com as outras crianças, ver o mundo de outra forma ” disse Aline Cunha, mãe do Arthur.
Cuidar de quem cuida
Além do projeto voltado para as crianças, a professora Sylvia Aguiar propôs para as mães e cuidadoras um momento de auto percepção através da respiração e meditação guiada. O objetivo da ação foi oferecer às mães um momento para que elas pudessem recarregar as energias e encontrar dentro mais forças para continuar cuidando de seus filhos.
Colaboração: Amanda Eloy