O racismo vivenciado por trabalhadoras negras
A palestra intitulada “Mulheres trabalhadoras negras: assédio e racismo no trabalho”, que aconteceu no campus São Gonçalo, no dia 29 de março, fez parte da programação do projeto Mês da Mulher. A pedagoga Jucieni Oliveira abordou as dificuldades vividas por mulheres negras em suas jornadas de trabalho.
Jucieni, que é estudante da Especialização em Ensino de Histórias e Culturas Africanas e Afro-brasileiras do campus, apresentou a pesquisa desenvolvida em seus estudos. “O tema foi escolhido levando em conta a caminhada de trabalho da minha família. Percebi que quase todas as mulheres da minha família foram empregadas domesticas, inclusive eu”, revelou.
De acordo com a sua vivência, o racismo é mais visível em algumas casas e menos em outras. “Existe ‘um racismo cordial’ como fala Gilberto Freyre. Lembro de acompanhar a minha mãe e ver racismo em questões como a obrigação da utilização do elevador de serviço, proporcionando uma segregação entre as pessoas”, disse.
Ela ainda rebateu a afirmação de que se vive apenas resquícios da escravidão. "É na falsa democracia racial que a hegemonia branca se restabelece", concluiu ao dizer que o racismo é estrutural.