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Startups do Campus Engenheiro Paulo de Frontin aprovadas para a 3ª fase do Programa Startup Rio

Duas startups oriundas do campus Engenheiro Paulo de Frontin do IFRJ foram aprovadas para prosseguirem para a terceira e última fase do Programa Startup Rio, realizado em parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (SECTI-RJ). Iná Game Studio e Getter prosseguem no programa, que tem por objetivo incentivar, estimular, apoiar e promover iniciativas que versem sobre a temática da Difusão do Ambiente de Inovação em Tecnologia Digital, de forma a motivar a cultura de inovação tecnológica, criatividade e empreendedorismo no estado do Rio de Janeiro.

O programa Startup Rio é constituído de três fases. Na Fase 1 do programa foram selecionadas 177 propostas entre os 328 projetos submetidos ao processo seletivo inicial pelos interessados. Terminada a fase inicial, 100 projetos passaram à Fase 2, quando se habilitaram a receber até R$ 20 mil, de um total de até R$ 60 mil a serem outorgados aos projetos que alcançassem a fase seguinte. Agora, os qualificados para a terceira e última fase receberão a segunda e última parcela do auxílio. O edital prevê investimento total de até R$ 6 milhões.

A Iná Game Studio é comandada por Anny Caroline Pinheiro Pereira de Sousa, aluna do campus Eng. Paulo de Frontin. A ideia submetida ao programa Startup Rio partiu de um projeto de conclusão de semestre no curso, no final de 2018. “Alguns colegas da graduação e eu decidimos que iríamos abordar alguma questão da região Sul Fluminense. Em um dos passeios descontraídos ao Jardim Ecológico Uaná Etê, percebemos que poderíamos pensar numa maneira de inovar a jornada do visitante através de jogos. Fizemos nosso protótipo, sempre consultando a responsável pelo Uaná Etê. Além de passarmos na disciplina, a responsável pelo espaço curtiu bastante e se colocou à disposição para ser laboratório de amadurecimento desse projeto, pois os visitantes iriam se beneficiar e ela poderia fazer adaptações no parque se fosse necessário”, contou. 

Anny explicou ainda que, desde então, melhoraram e levaram esse protótipo a diversas oportunidades de investimento: “Desde a pré-aceleradora de games da Playbor, passamos pela Game Xp, rodadas de negócio do BIG Festival, apresentamos pitch no festival da Games For Change, na própria Ambev, em São Paulo, e vários outros lugares. Até que, quando estávamos quase desistindo, tentamos a aceleração do Startup Rio, que tem como propósito transformar ideias em negócio. E era a visão do modelo de negócios que realmente faltava no nosso produto. Avançamos nesse quesito e hoje o produto é um idle game que integra a vida virtual e a real, como um ‘Waze’ de experiências híbridas”, contou. Segundo ela, a previsão de lançamento do Produto Mínimo Viável (MVP) é em fevereiro e estão buscando parceria com locais que queiram ser os primeiros a implementar essa inovação na jornada do visitante.

A responsável pela Iná Game Studio também contou um pouco sobre como foi o processo de desenvolvimento durante as fases anteriores e quais os planos para a próxima fase do programa. “A fase 1 do Startup Rio foi um momento de revisitar nosso escopo, nosso propósito e elaborar um modelo de negócios compatível com as dores dos visitantes de espaços a céu aberto sem tirar o quesito diversão. Contratamos pessoas incríveis e fizemos parcerias tecnológicas que nos permitem desenvolver o produto de forma escalável desde o começo, evitando assim retrabalho se recebermos mais investimentos. Nesta nova fase, estamos amadurecendo o produto e de fato botando a mão na massa para o desenvolvimento. Queremos ao longo desta etapa já disponibilizar para testers no Sul Fluminense, com experiências exclusivas para visitantes da região. Mas também buscamos mais parceiros para tal, assim como mais investimentos, uma vez que o valor arrecadado ainda não é suficiente para o lançamento do produto completo”, afirmou.

Coisa de mulher, sim! - As mulheres são a maioria do público gamer no Brasil - cerca de 53% do total dos jogadores de esportes eletrônicos. Os números são da Pesquisa Game Brasil (PGB), divulgada em junho de 2020. Embora as mulheres representem metade do contigente de jogadores de videogames, continuam sendo minoria na produção de jogos digitais. À frente de sua startup, Anny enfrentou situações em que se viu não tendo sua opinião levada a sério por homens. “Não só por ter uma ideia ainda não validada um pouco fora do comum, que mistura realidade aumentada e território, percebi muita resistência em determinados espaços e até em conversa com investidores por ser uma mulher jovem à frente de um empreendimento. Aconteceu de uma vez um amigo querido, muito mais velho, falar sobre o produto para uma pessoa que queria investir mais no nosso time, e levarem mais em consideração a opinião dele do que a minha, mesmo eu dizendo absolutamente a mesma coisa há vários meses. Claramente nos retiramos”, contou. 

Mas ela afirma que encontrou na indústria de jogos espaços onde pode ser ouvida: “Sou uma pessoa proveniente da periferia, meu cabelo não é o padrão e minha equipe é jovem. Mas ecossistemas como a Women Game Jam, que incentivam mulheres a desenvolverem jogos; e a Game Jam Plus, que é uma das maratonas de desenvolvimento de jogos da qual sou voluntária e que também incentiva a transformar jogos em negócio num formato de copa do mundo competitiva, me ajudaram a me colocar no mercado como analista de testes numa das maiores desenvolvedoras de jogos casuais do país, a Gazeus Games. Enfim, consegui me encontrar fazendo parte de comunidades que só me acrescentaram nesses anos de graduação e me ajudaram a chegar onde estou, que não é nem metade do caminho, mas que foi bem custoso”, disse. 

Anny também vem fazendo sua parte para melhorar e tornar mais diversificado o cenário do mundo dos games: com o investimento recebido através do Startup Rio, ela conseguiu montar uma equipe bem diversa, priorizando contratação de mulheres, pessoas que se reconhecem como LGBTQIA+ e/ou provenientes de periferia.

Aos 45 do 2º tempo - A Iná Game Studio não foi a única startup ligada ao Campus Eng. Paulo de Frontin a ser aprovada para a 3ª fase do Startup Rio. A Getter, do aluno Gabriel Vital Loçasso, também se classificou. Mas foi por pouco: eles passaram após entrarem com recurso e terem o deferimento reconsiderando sua classificação.

Gabriel contou como foi a experiência de correr contra o relógio para conseguir recorrer da decisão inicial. “Foi uma tensão só. Na nossa cabeça, ficamos procurando motivos dentro do projeto para desclassificação, o que foi um período bem frustrante, pois achamos que tudo que fizemos até aqui seria descartado e que a ideia não era boa o suficiente. Mas acontece que uma diferença de participação nos encontros do programa - o que realmente também é importante - foi que acabou pesando para essa primeira recusa. Após o recurso e reafirmarmos o comprometimento e foco com o programa e projeto, foi nos dada essa excelente oportunidade de continuar, observando ainda que o nosso projeto realmente é relevante. Agora estamos aliviados e mais focados em dar continuidade”, afirmou. Gabriel ainda agradeceu especialmente à Kwan Yin, agente de inovação do Startup Rio. “Ela ajudou muito e nos deu um empurrão em mostrar a relevância do projeto nesse recurso, e se não fosse por isso, não teríamos continuado no programa”, destacou.

O aluno explicou, ainda, no que consiste o projeto proposto pela sua startup ao programa. “O Getter, que é nossa startup e também nosso projeto, foi uma parceria que criei com o Gabriel Silva, parceiro de longa data, desde a faculdade. A nossa proposta é a de trazer um software que pudesse dar visibilidade às pessoas, torná-las mais relevantes, e que todos tivessem a mesma oportunidade de fala e exposição. Começou como um ambiente virtual gamificado, onde teríamos uma espécie de simulação de salas virtuais, com diversas ferramentas para contribuir com reuniões de equipes, startups e empresas. Após alguns ajustes, validações, e feedbacks, que ocorreram na primeira fase do Startup Rio, pensamos em direcionar e maturar o projeto para atingir o nosso objetivo. Hoje, o Getter foca em ser uma plataforma colaborativa de portfólios profissionais e amadores, para pessoas empreendedoras, startups e até empresas, que dará oportunidade dos próprios usuários darem feedbacks uns dos outros, isso sendo motivado com a oportunidade de receber mais visibilidade”, contou. 

De acordo com Gabriel, o conceito é simples: quanto mais você aparece, mais chances de você ser visto. “É um projeto em constante evolução e transformação, como somos da área de games, acreditamos que a gamificação é uma peça fundamental para engajamento, então muita coisa interessante ainda pode ser encaixada nesse projeto, o que não falta são ideias”, afirmou, dizendo ainda que o foco agora é desenvolver a ideia, ter um protótipo e algo para mostrar pro mundo. “É agora que vamos ver quais peças encaixam e quais vão ficar meio soltas dentro de tudo que planejamos, e começar a ver o Getter tomando forma. Isso vai nos ajudar a mostrar o que realmente queremos. É muito melhor explicarmos algo que já existe do que teorizar nossas ideias, e acreditamos que isso vai nos trazer muitas oportunidades no futuro, seja de parcerias, captação de usuários ou novos investimentos”, finalizou.

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